Quais serão as tendências em tecnologia para 2022?
Será que o “metaverso” vai dominar mesmo? E o que esperar do ano que está vindo no âmbito dos negócios? Onde devo colocar os investimentos da minha empresa e em que tipo de tecnologia?
Entre a transição de um ano para outro, é normal que profissionais que tomam decisões sobre a tecnologia — como Diretores e Gestores — comecem a se perguntar sobre tais assuntos. Afinal de contas, identificar o possível rumo no setor e saber onde investir, fará toda a diferença para ter um negócio bem-sucedido.
Pensando nesse assunto, fizemos um artigo com as mais importantes tendências de 2022 em tecnologia. Avance com a leitura para saber mais sobre o assunto!
Transformação digital: um caminho sem volta
O tempo voa e mais um ano ficou fora de controle. É hora de olhar para trás e avaliá-lo, bem como olhar para tentar vislumbrar o que nos espera no futuro.
Como já é hábito nos últimos anos, na Paradigma queremos colaborar com tendências que, do nosso ponto de vista e com base na nossa experiência, pensamos que brilharão mais em 2022, que está prestes a começar.
Antes de descobrir quais são as principais tendências em tecnologia para 2022, precisamos voltar alguns passos para que você entenda melhor a revolução tecnológica que está ocorrendo no setor empresarial. Para isso, vamos usar um exemplo.
Quando dezembro se aproxima, anunciando um período de retrospectivas, análises do que passou e projeção de metas para o futuro, o Oxford English Dictionary (OED) costuma escolher uma palavra que melhor representou o ano que passou. Para 2021, a eleita foi a palavra vacina. Em 2020, tivemos uma variedade maior, incluindo os termos lockdown, vidas negras importam e cultura do cancelamento. Em 2019, a palavra foi tóxico.
No mundo dos negócios, a escolha de uma palavra do ano não existe. Mas arriscamos apostar em “transformação digital” como o termo que melhor define 2021. Não à toa. No segundo ano de pandemia de Covid-19, empresas de todos os segmentos compreenderam a necessidade de investimento em tecnologia como forma de modernizar e agilizar processos, cativar clientes e facilitar e simplificar a vida do consumidor.
Junto da tão famosa transformação tecnológica, termos até então restritos aos profissionais da área se tornaram comuns e ganharam fama, como Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), blockchain, 5G, clouds, face match, entre outros tantos.
A perspectiva é de que essas tendências se mantenham – e se fortaleçam – ainda mais no próximo ano. Prova disso é uma pesquisa realizada pela International Data Corporation (IDC), que estima que, em 2022, 70% de todas as empresas terão acelerado o uso de tecnologias digitais.
Porém, mais do que apontar a mira e fazer grandes aportes em uma tecnologia promissora, é preciso que as empresas entendam que a busca pela modernização deve ser uma ação contínua e focada no negócio.
Neste sentido, antes de tudo, é preciso ter consciência de que a transformação digital não é mágica e mesmo com grandes investimentos é complicado modernizar todos os processos e setores de uma empresa de uma única vez.
Assim, entender quais recursos são indispensáveis para o negócio e traçar um plano de ação completo, que contemple todos os aspectos necessários para que eles funcionem plenamente, é a primeira lição de casa a ser cumprida em 2022.
Além disso, é necessário ter em mente que quando se fala em tecnologia, novidades surgem a todo momento. Portanto, sempre vai existir um déficit técnico e é preciso continuar perseguindo a evolução e a modernização.
Confira, a seguir, as principais tendências em tecnologia para 2022.
Tendências em tecnologia para 2022
1- IA: transparência e ética
Estamos na era da IA ??e em 2021 vimos novamente uma avalanche imparável de notícias e avanços neste campo.
Porém, qualquer tipo de evolução tecnológica tem mais de uma face. Muitas vezes focamos ou procuramos destacar seu lado positivo, no que nos dá sentido e o que realmente faz seu uso evoluir e se popularizar, mas não devemos deixar de pensar em suas outras facetas. Quando uma tecnologia se espalha, devemos parar para refletir sobre ela e suas consequências.
As capacidades das IAs atuais são impressionantes e, portanto, seu uso está se espalhando rapidamente, mas até que ponto podemos confiar na decisão ou nas informações que uma IA nos fornece?
Recentemente, lemos a notícia da abertura no nível legal do uso de algoritmos de censura para controle de conteúdo devido a possíveis problemas de direitos autorais, ou seja, estamos deixando um algoritmo decidir sem revisão humana ou controle judicial se um conteúdo deve ou não ser censurado.
Os algoritmos vão ganhar cada vez mais destaque em nossos dias, cada vez que vão tomar decisões mais importantes, com maior profundidade em nossas vidas, sendo imprescindível encontrar maneiras de melhorar seu controle e compreensão.
Em 2022 haverá muito debate e evolução em torno do uso, construção, treinamento e auditoria de algoritmos que permitam seu funcionamento de forma transparente e segura.
2- AIOps
Artificial Intelligence for IT Operations (AIOps) é um termo que existe há muito tempo e está ganhando cada vez mais força.
Na maioria das organizações encontramos ambientes tecnológicos complexos, repletos de sistemas distribuídos e interconectados que suportam todas as operações do negócio, tornando-se a pedra angular que faz o maquinário funcionar.
Como consequência, o aumento da complexidade de todos esses sistemas cresceu quase exponencialmente nos últimos anos, produzindo um aumento semelhante nos esforços necessários para ‘mantê-los funcionando’ e, em muitos casos, comprometendo o seu custo.
Estamos, portanto, numa encruzilhada: os sistemas de TI tornaram-se tão essenciais que qualquer tipo de falha tem consequências desastrosas e, ao mesmo tempo, esses sistemas tornaram-se tão difíceis de manter funcionando que as falhas, em muitas ocasiões, são frequentes, afetando plenamente a operação do negócio.
A “AIOps” tenta aproveitar o poder dos sistemas de IA atuais para ajudar a detectar e resolver problemas em sistemas de TI.
Atualmente não é um conceito muito difundido, já que a maioria das plataformas ainda não possui sistemas desse tipo, mas vemos que terá um grande impacto no curto prazo atacando principalmente dois problemas:
Detecção precoce de possíveis problemas: permite a construção de grandes sistemas de informação analítica sobre o comportamento dos sistemas, gerando padrões que detectam possíveis anomalias, antes que se tornem uma verdadeira falha.
Automatização dos procedimentos de recuperação e arranque: sem necessidade de se programar expressa e individualmente, permitindo aos algoritmos aprender como funcionam os diferentes sistemas, como se relacionam e como é necessário gerenciá-los. Tenho certeza de que durante o ano de 2022 veremos grandes avanços neste campo.
3 – Atualizar / substituir sistemas legados
A situação global que vivemos nos últimos dois anos obrigou as organizações a se adaptarem mais rápido do que nunca. Mudanças que historicamente ocorreram em vários anos, ou mesmo décadas, tiveram que ser realizadas em alguns meses para não ficar atrás da concorrência e responder às novas necessidades de negócios.
De todas essas mudanças, sem dúvida o nível de digitalização das organizações foi um dos que mais precisou evoluir, dando um salto gigantesco diante da mudança que grande parte das empresas já experimentou.
Perante esta situação, temos repetidamente encontrado uma situação semelhante: os sistemas tradicionais, concebidos e implementados para responder a necessidades muito diferentes da situação em que nos encontramos, não são capazes de fornecer o suporte necessário.
Esta não é uma situação estranha para uma empresa, a partir do momento em que um sistema entra em estado produtivo, é gerado um plano de evolução do sistema e, por vezes, são consideradas as diferentes alternativas para o seu futuro desmantelamento.
No entanto, toda essa situação inesperada precipitou a execução de planos de renovação desses sistemas. Estamos falando de milhões de sistemas host e ambientes monolíticos implantados no núcleo das organizações.
Em resposta a todas essas necessidades e às enormes oportunidades de negócios que elas propõem, grandes plataformas em nuvem estão se posicionando com serviços e facilidades para, não apenas a movimentação de cargas de trabalho para a nuvem, mas também para a replicação completa de todos os serviços de host como um medida paliativa e mecanismo para facilitar sua refatoração conforme necessário.
Hoje, em muitos casos, encontramos as primeiras versões destes serviços, mas durante 2022 veremos uma grande evolução nesta área, não só nos próprios serviços, mas na forma como são utilizados, boas práticas de uso, desenho de integração arquiteturas, etc.
4 – Web3 e tecnologia aplicada de blockchain
O tempo de adoção das tecnologias, desde o momento em que são concebidas até atingirem o ‘público em geral’, costuma ser bastante elevado na maioria dos casos.
É um processo natural, pois nasce a tecnologia e começa uma explosão de possibilidades, com múltiplos casos de uso aplicáveis, mas sem uma definição concreta do caminho (ou caminhos a seguir).
Após a explosão da tecnologia blockchain aplicada ao mundo financeiro (graças às suas capacidades de descentralização), ela evoluiu rapidamente para suportar contratos inteligentes, abrindo as portas para certos nichos de mercado e novos casos de uso.
As melhorias em termos de acesso à tecnologia (basicamente facilitando seu uso por usuários não especialistas) tiveram muito a ver com sua rápida expansão e durante 2021 (principalmente no segundo semestre).
Graças a isso, vimos o aumento e o crescimento de casos de uso, muitos deles associados a NFTs (Tokens não Fungíveis) que abriram a porta para muitas possibilidades não exploradas até agora: venda e troca de NFTs associados a grandes eventos, tokens de fãs no mundo dos esportes …
Mas a tecnologia blockchain não é usada apenas para compra/venda, as possibilidades de descentralização estão atraindo cada vez mais interesse. Sob o termo web3 encontramos o conjunto de tecnologias e ferramentas que permitem uma descentralização da rede (em muitos casos suportada pela tecnologia blockchain) que nos permitiria mover através de contratos inteligentes.
Blockchain e web3 serão termos que ouviremos repetidamente no próximo ano , sem dúvida sendo uma das tecnologias de tendência.
5- Metaverso
A esta altura, todos nós certamente já ouvimos falar do metaverso, uma palavra que vem trabalhando há muito tempo, mas devido a um certo gigante da internet é uma das palavras da moda.
Mas o que é o metaverso? Simplificando muito (e com certas licenças), um metaverso poderíamos resumi-lo em um mundo virtual que é aberto o suficiente para poder realizar várias atividades nele e que, como no mundo real, está em constante funcionamento.
Se entrarmos em mais detalhes, provavelmente falaremos sobre diferentes ambientes virtuais e se formos ao extremo da definição, devemos ser capazes de fazer ‘qualquer coisa’, desde o trabalho, a diversão ou atividades de lazer, e que inclui o desenvolvimento de nosso próprio negócio neles.
Para muitos de nós, isso vai soar como outros tipos de iniciativas que já existem ou existiram (particularmente a primeira coisa que pensei foi ‘segunda vida’), então é necessário ter em mente que a situação é muito diferente de antes (ambos social, do ponto de vista tecnológico).
O nascimento dos metaversos está começando e isso levanta muitas questões: Faz sentido que existam metaversos diferentes (cada um pertencente a uma marca ou empresa)? Uma especificação que permite a interação entre os vários metaversos faria sentido?
Provavelmente seremos capazes de responder a muitas delas durante 2022!